Relatório de atualização de safra divulgado ontem (9 de agosto) pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) aponta que segunda metade de julho volume de etanol total comercializado pelas unidades produtoras do Centro-Sul atingiu 1,50 bilhão de litros na segunda quinzena de julho, quase 35% superior ao resultado observado no mesmo período de 2017. Esse significativo crescimento decorre do volume recorde de etanol hidratado comercializado ao mercado interno na segunda metade de julho: 930,40 milhões de litros.
Esse aumento expressivo nas vendas de hidratado remete à competitividade do produto frente à gasolina na maior parte do mercado brasileiro. Pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), com dados compilados pela Unica, indica uma paridade média de 62% entre os combustíveis no Brasil, muito aquém do rendimento técnico médio de 73%, ao longo da última semana (de 29 de julho a 04 de agosto).
Em pelo menos seis Estados – São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás e Rio de Janeiro – a competitividade do renovável nos postos é a melhor ao longo desta década. Por exemplo, na capital paulista e em cidades do interior do Estado, a relação está abaixo dos 60%.
Para o diretor Técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, “nesse momento, abastecer com o etanol gera uma importante economia ao consumidor, além dos inúmeros benefícios ambientais e de saúde pública proporcionados pelo consumo de uma fonte de energia limpa e renovável.” Importante destacar também a contribuição do etanol anidro, aquele misturado à gasolina, para atenuar o preço do combustível fóssil nas bombas, concluiu.
Tomando-se os preços da última semana e comparando esses valores com o rendimento médio dos veículos, é possível concluir que um proprietário de carro flex com consumo médio de 200 litros de combustível por mês está obtendo uma economia média de R$ 120 mensalmente pelo uso do etanol.
Aplicando a mesma lógica a todo o volume de hidratado comercializado pelas usinas do Centro-Sul no último mês, chegamos a uma economia de R$ 970 milhões proporcionada pelo biocombustível.
Em relação ao anidro, as vendas ao mercado interno alcançaram 407,40 milhões de litros na última de metade de julho, registrando crescimento de 20,0% em relação ao volume comercializado nas duas quinzenas anteriores. Esse aumento é explicado especialmente pela maior quantidade de etanol transferida à região Norte-Nordeste após a redução nas importações do produto.
No total de julho, as vendas das unidades produtoras alcançaram 2,70 bilhões de litros, sendo 253,04 milhões direcionados à exportação e 2,45 bilhões ao mercado interno. No mercado interno, o volume comercializado de anidro atingiu 748,63 milhões de litros e de hidratado 1,70 bilhão, com crescimento de 51,9% em relação a julho de 2017.
Para o executivo da Unica, “as vendas de julho surpreenderam especialmente por ser um período de férias no Brasil”. A expectativa é de que o volume comercializado atinja patamares superiores no mês de agosto, acrescenta Padua.
No acumulado desde abril até o final de julho, o volume comercializado de etanol atingiu 9,24 bilhões de litros de etanol, sendo 6,25 bilhões de hidratado e 2,98 bilhões de anidro. Deste total, apenas 513,06 milhões de litros (ou seja, menos de 6%) destinaram-se às exportações e 8,72 bilhões foram direcionados ao mercado interno – crescimento de 15,3% em relação ao mesmo período de 2017, com destaque para as vendas internas de hidratado que somaram 6,04 bilhões e registraram aumento de 37,7% em relação ao último ano.
Quanto à produção de açúcar, o Relatório aponta que esta somou 2,61 milhões de toneladas na segunda metade de julho, expressiva queda de 23,65% (equivalente a mais de 810 mil toneladas) sobre o resultado em igual período da safra 2017/2018. Em contrapartida, a fabricação de etanol aumentou 24,66%, alcançando 2,60 bilhões de litros.
Deste volume, 864,26 milhões de litros correspondem ao etanol anidro e 1,74 bilhão ao etanol hidratado. Este último representa um crescimento de 51,37% comparado aos 1,15 bilhão de litros registrados na segunda quinzena de julho de 2017.
“Diante desses resultados, menos de 40% da cana segue direcionada à produção de açúcar“, comenta o executivo. Nos últimos 15 dias de julho, 38,47% da matéria-prima processada destinou-se à fabricação de açúcar, contra 50,35% na mesma quinzena do ano passado. No acumulado da atual safra, este percentual atinge apenas 36,52%.
Sobre o etanol de milho, sua produção alcançou 22,87 milhões de litros na última metade de julho, totalizando 210,67 milhões no ciclo 2018/2019.
No acumulado desde o início desta safra até 1º de agosto, a moagem totalizou 314,80 milhões de toneladas, com 14,75 milhões de toneladas de açúcar fabricadas – frente a 17,63 milhões no mesmo período de 2017. No caso do etanol, são 16,05 bilhões de litros produzidos, dos quais 4,94 bilhões anidro e 11,11 bilhões de hidratado.
Fonte: CanaOnline*
*Extraída do site UDOP