08/05/2019 – A Petrobras teve lucro líquido de R$ 4,031 bilhões no primeiro trimestre deste ano. O desempenho no período representou uma queda de 42% na comparação com o mesmo período de 2018. O resultado foi divulgado pela empresa nesta terça-feira (7).
Em relação ao quarto trimestre do ano passado, quando a estatal teve lucro de R$ 2,102 bilhões, os números dos primeiros três meses de 2019 representaram um crescimento de 92%.
No ano passado, a empresa teve lucro de R$ 25,779 bilhões, no primeiro resultado positivo depois de quatro anos seguidos de perdas e o melhor desempenho desde 2011.
As receitas da companhia alcançaram R$ 79,999 bilhões no primeiro trimestre, um crescimento de 7% em relação ao mesmo período de 2018, mas uma queda de 14% na comparação com o trimestre anterior.
Segundo a companhia, a queda na receita é explicada pelos seguintes fatores:
Impacto de R$ 5,4 bilhões da queda da cotação internacional do petróleo, acarretando em menor preço de venda de gasolina e diesel;
Perda de R$ 3 bilhões com o menor volume de venda de derivados no mercado interno diante da desaceleração da economia brasileira;
Redução de R$ 1,2 bilhão na receita com exportações.
Nos três primeiros meses de 2019, o volume de vendas de diesel da Petrobras caiu 11% na comparação com o trimestre anterior. Na comparação anual, houve alta de 19%. Já o volume de vendas de gasolina caíram 5% na comparação anual e 3% na comparação trimestral.
Os três primeiros meses do ano também foram marcados por uma redução na produção de petróleo pela Petrobras. A queda foi de 4% na comparação com 2018. Segundo a empresa, o recuo foi motivado por paradas para manutenção e atraso no início da operação de algumas plataformas.
Dívida e investimento
O balanço apontou um recuo da dúvida bruta e dos investimentos da Petrobras. A dívida bruta da estatal atingiu R$ 307,099 bilhões no primeiro trimestre, uma queda de 6% na comparação com os últimos três meses de 2018. No primeiro trimestre do ano passado, a dívida bruta era de R$ 340,224 bilhões.
A companhia esclarece, no entanto, que esse resultado não leva em conta os efeitos do IFRS16 – uma nova norma contábil que entrou em vigor em janeiro deste ano.
Já os investimentos no primeiro trimestre foram de US$ 2,33 bilhões – dos quais a maior parte (US$ 1,9 bilhão) foi destinado à área de exploração e produção.
O valor total investido representa uma queda de 24% na comparação com os três primeiros meses de 2018 (US$ 3,067 bilhões) e de 30% na comparação com o quatro trimestre do ano passado (US$ 3,324 bilhões).
Neste início de ano, a companhia tem promovido uma série de desinvestimentos. O maior deles foi a venda da TAG por US$ 8,6 bilhões. A petroleira também se desfez da refinaria de Pasadena e anunciou que pretende vender parte das suas refinarias.
“Nos quatro primeiros meses do ano nossos desinvestimentos chegaram a US$11,3 bilhões, um recorde para a Petrobras”, disse o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, em comunicado.
Na nota, Castello Branco também citou a meta de reduzir custos em US$ 8,1 bilhões até 2023. “No momento, nos concentramos nos cortes de mais fácil implementação. Exemplos disso são a desmobilização dos dois prédios de maior custo operacional, em São Paulo e Rio de Janeiro (Ventura), o fechamento de vários escritórios fora do Brasil, em Nova Iorque, Cidade do México, Líbia, Angola, Nigéria, Tanzânia, Irã e Tóquio e a redução de gastos discricionários”, disse ele, citando ainda uma redução de custos com escritório em Houston e expectativas em relação ao Programa de Demissão Voluntária (PDV), com previsão de reduzir gastos com pessoal em R$ 4,1 bilhões.
Nova gestão
Este foi o primeiro balanço do desempenho da empresa sob a gestão do novo presidente, Roberto Castello Branco. Ele tomou posse do cargo no dia 3 de janeiro, defendendo a menor intromissão do Estado na economia.
A divulgação dos resultados acontece um mês após o presidente Jair Bolsonaro determinar a suspensão de um reajuste de 5,7% no preço do diesel anunciado pela estatal. Na ocasião, os temores sobre uma intervenção do governo sobre a empresa levou as ações a despencarem na bolsa. Dias depois, Bolsonaro negou que queira intervir na política de preços.
Remuneração aos acionistas
A companhia informou que a remuneração ao acionista será equivalente a R$ 0,31 por ação, representando um aumento de 92% em relação ao quatro trimestre.
Nesta terça-feira, o conselho de administração da Petrobras também aprovou a distribuição de remuneração antecipada aos acionistas sob a forma de juros sobre o capital próprio, de R$ 1,3 bilhão. O valor é equivalente a 10 centavos por ação ordinária e preferencial em circulação.
O pagamento será realizado em 5 de julho.
07/05/19
Fonte: Portal G1*
*Texto extraído do Portal UDOP