26/02/2019 – O lucro líquido da BR Distribuidora triplicou no quarto trimestre de 2018, na comparação anual, para R$ 1,6 bilhão. A receita, na mesma base de comparação, aumentou 8,7%, para R$ 25,2 bilhões.
A melhora foi atribuída pela companhia ao incremento nos preços médios de venda no período. As despesas operacionais ficaram praticamente estáveis, em termos ajustados, em R$ 1,1 bilhão.
No acumulado do ano, a companhia lucrou R$ 3,2 bilhões, montante quase duas vezes maior que o apurado em 2017. O resultado foi influenciado positivamente pelo reconhecimento dos Instrumentos de Confissão de Dívida com as distribuidoras e ex-distribuidoras da Eletrobras e pelo acordo de ICMS do Mato Grosso. A receita da empresa, na mesma base de comparação, avançou 15,6%, para R$ 97,7 bilhões.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da BR Distribuidora recuou 41,2% no quarto trimestre de 2018, em comparação com o mesmo período de 2017, para R$ 437 milhões. No acumulado do ano, o Ebitda somou R$ 2,8 bilhões, alta de 8,9% ante 2017.
Em termos ajustados, considerando perdas estimadas em créditos de liquidação duvidosa, perdas e provisões com processos judiciais, o plano de incentivo de desligamento voluntário e outros fatores, o Ebitda foi de R$ 646 milhões no último trimestre de 2018, queda de 26,8% na comparação anual. No ano completo, o Ebitda ajustado somou R$ 2,5 bilhões, queda de 16,6% ante 2017.
O volume total de vendas de combustíveis da BR Distribuidora no quarto trimestre de 2018 somou 10,412 bilhões de litros, com queda de 5,6% ante igual período do ano anterior. No consolidado de 2018, as vendas totais somaram 41,548 bilhões de litros, com recuo de 3,8% ante 2017.
Na comparação do quarto trimestre de 2018 com igual período anterior, o único produto com variação positiva de vendas (2,2%) foi o diesel para o segmento não termelétrico, que somou 4,251 bilhões de litros. Os destaques negativos foram óleo combustível para termelétricas (-67,2%), para 101 milhões de litros, e óleo para o setor não termelétrico (-44,3%), totalizando 324 milhões de litros.
Na comparação entre 2018 e o ano anterior, o volume de vendas de diesel para o setor não termelétrico foi, novamente, o único dado positivo, com alta de 2,3%, totalizando 17,124 bilhões de litros. A maior queda (-40,1%) foi sentida na área de vendas de diesel para as termelétricas, somando 277 milhões de litros.
Já o volume de vendas de combustíveis para grande consumidores no quatro trimestre de 2018, de 2,396 bilhões de litros, foi 15,6% inferior ao apurado em igual período do ano anterior. No consolidado de 2018, o volume de vendas para grandes consumidores totalizou 10,218 bilhões de litros, com queda de 8,4%, ante o ano anterior.
Segundo a empresa, a queda do volume de vendas no quarto trimestre ante o trimestre exatamente anterior (-19%), ocorreu em função principalmente das reduções nos volumes de óleo combustível e diesel para termelétricas.
Em relação ao último trimestre de 2017, a queda foi motivada, além dos mesmos motivos expostos na comparação com o terceiro trimestre de 2018, pela lenta recuperação da atividade econômica no país e consequente menor demanda das indústrias.
O endividamento líquido recuou 39% em 2018, para R$ 2,3 bilhões, influenciado principalmente pelo aumento na geração de caixa livre no ano e pelo recebimento de valores relacionados aos instrumentos de confissão de dívidas firmados com as subsidiárias da Eletrobras. O valor do acordo, firmado em 30 de abril de 2018 (antes da privatização das distribuidoras), é de R$ 4,6 bilhões.
Com isso, o índice de alavancagem da companhia, medido pela relação entre dívida e Ebitda encerrou 2018 em 0,9 vez. No fim de 2017, o índice era de 1,3 vez.
A dívida bruta cresceu 18%, para R$ 5,6 bilhões, em função da emissão de debêntures não conversíveis em ações vinculadas aos Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), realizada em julho. O prazo médio do endividamento foi reduzido de 2,9 anos para 2,4 anos.
A BR Distribuidora também informou que vai propor, em assembleia geral ordinária, a distribuição de dividendos totais brutos de R$ 3,033 bilhões, relativos ao resultado de 2018.
Desse total, serão deduzidos R$ 563 milhões referentes à antecipação de juros sobre capital próprio, aprovada m novembro e a ser paga em 30 de abril.
A companhia propõe, ainda, que, do lucro líquido de R$ 3,193 bilhões, registrado em 2018, R$ 160 milhões sejam destinados à reserva legal e R$ 412 mil à reserva de incentivos fiscais.
Menos vendas e mais postos
A BR Distribuidora fechou 2018 com uma redução de 1,6% no volume de vendas de sua rede de postos. Ao todo, foram vendidos 22,534 bilhões de litros no ano passado.
A companhia, no entanto, aumentou em 3,4% a sua rede de postos em 2018. Ao todo, foram acrescidos 253 postos ao portfólio da empresa, que fechou o ano com 7.665 pontos de revenda.
A distribuidora investiu R$ 934 milhões no embandeiramento e manutenção da rede em 2018. Desse total, R$ 611 milhões foram destinados às bonificações antecipadas aos revendedores, R$ 255 milhões aos bônus por performance e R$ 68 milhões aos financiamentos para as revendas.
Por outro lado, a empresa reduziu o número de lojas de conveniência BR Mania, como parte de um processo de “saneamento” da rede. A BR fechou 2019 com 1.247 lojas, ante os 1.348 de 2017. Com isso, houve redução de 7% nas receitas líquidas com o setor, para R$ 50 milhões.
Já a rede Lubrax+ foi reduzida em 161 lojas “não mais alinhadas à estratégia da rede”, para 1.654 unidades.
Em relação ao número de empregados, a empresa reduziu em 3,2% (106) o seu quadro de pessoal em 2018, para 3.134. Desde 2013, a queda acumulada é de 29,1%, ou 1.287 funcionários.
Segundo a BR Distribuidora, a redução da força de trabalho se deve a uma série de “ações relacionadas à adequação do dimensionamento de pessoal”. A companhia executou programas de incentivo ao desligamento voluntário em 2016 e 2018.
Dos 3,134 funcionários, a faixa etária se concentra, sobretudo, entre 31 e 55 anos. Do total de empregados, 46% deles têm até dez anos de casa e 20% têm mais de 21 anos.
Fonte: Valor Econômico