14/01/2019 – Minas Gerais terá produção de etanol recorde na safra 2018/2019, que termina em março próximo, de 3,24 bilhões de litros, a maior de toda história do setor no estado. O desempenho invejável das usinas representa aumento de 19,5% frente ao volume obtido na safra passada (2017/2018), de 2,71 bilhões de litros. O ritmo das destilarias acompanha consumo também inédito, o que tem permitido preços vantajosos nas bombas, onde o combustível é vendido ao custo de 64,6% da cotação do litro da gasolina.
De acordo com os dados mais recentes coletados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), referentes a novembro de 2018, a participação do etanol hidratado nas vendas de combustíveis do ciclo otto no estado (considerando-se o etanol e a gasolina) ficou em 40%. Trata-se do mais alto percentual já alcançado pelo combustível verde no estado e com performance superior à média nacional, de 31%.
Para Mário Campos, presidente do Sindicato das Indústrias Sucroenergéticas no Estado de Minas Gerais (Siamig), o consumidor mineiro vem encontrando preços de etanol competitivo nas bombas desde maio e tem respondido com consumo crescente. “O etanol hidratado trouxe para os consumidores mineiros em 2018 economia da ordem de R$ 630 milhões. Esse valor seria gasto a mais, caso tivéssemos somente gasolina disponível nas bombas. Mesmo na entressafra, os preços ainda são favoráveis. Na última semana, a relação de preços etanol/gasolina ainda estava na casa dos 64%”, afirma.
De acordo com Renata Marconato, analista do setor sucroalcooleiro da consultoria MB Agro, 2018 foi ano de vendas recordes de etanol hidratado no Brasil. De janeiro a novembro, segundo a ANP, o consumo alcançou 17,2 bilhões de litros, 40% acima do verificado no mesmo período do ano anterior. “Isso ocorreu num ano em que o consumo do ciclo otto caiu 4,7% (de janeiro a novembro) em relação ao ano anterior, devido à crise econômica. O consumo do etanol cresceu pela grande oferta do produto, já que os preços baixos do açúcar no mercado internacional desestimularam as usinas. Elas aumentaram a produção de etanol, em detrimento da produção do adoçante.”
Fonte: Estado de Minas