06/05/2019 – A greve dos caminhoneiros ocorrida no ano passado, cujo risco de uma nova edição preocupa ronda o país atualmente, influenciou o desempenho do mercado de combustíveis em 2018. O setor ficou praticamente estável (alta de apenas 0,3%) em relação ao ano anterior, totalizando 125,1 bilhões de litros. Sozinho, porém, o mercado de gasolina – um dos produtos com maior grau de desabastecimeto durante a greve – sofreu fortemente o efeito da paralisação e recuou 13,1%, na mesma comparação, para 38,4 bilhões de litros.
Os dados fazem parte do anuário do mercado de combustíveis em 2018, lançado ontem pela Associação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Lubrificantes, Logística e Conveniência (Plural). “A greve dos caminhoneiros, ocorrida entre 21 e 31 de maio de 2018, afetou o consumo de combustíveis, em especial o da gasolina e do diesel. Os impactos na economia brasileira foram sentidos durante todo o segundo semestre de 2018”, comentou a entidade no documento.
No caso do diesel, o impacto da greve, em termos percentuais, foi menos significativo. O consumo do combustível em 2018 foi de 55,6 bilhões de litros, com um crescimento de 1,6% ante 2017.
“Até abril de 2018, o mercado de diesel vinha com um crescimento acelerado de 4,2% em comparação com 2017. Com a greve dos caminhoneiros, o mercado desabou em maio com uma queda de 18,2%”, informou a Plural, no documento.
Com relação aos demais combustíveis, a maior taxa de crescimento de mercado, na mesma comparação, foi justamente do combustível alternativo à gasolina: o etanol hidratado. Em 2018, as vendas do produto somaram 19,4 bilhões de litros, com aumento de 42,1%, em relação ao ano anterior.
De acordo com a entidade, os principais motivos para o aumento foram a elevação dos preços da gasolina da Petrobras, em comparação com os preços do etanol hidratado no produtor, e a queda da cotação do açúcar no mercado internacional, devido ao excesso de oferta provocada, principalmente, pela política de subsídios aos produtores de açúcar na Índia.
Em segundo lugar ficou outro produto alternativo à gasolina: o gás natural veicular (GNV). O consumo do energético cresceu 12,3% no ano passado, em comparação com 2017, totalizando 2,2 bilhões de metros cúbicos.
Além da gasolina, o outro combustível que registrou variação negativa na mesma comparação foi o óleo combustível, cujo mercado recuou 31,6%, para 2,3 bilhões de litros.
Fonte: Valor Econômico