25/07/2018
Ontem, o litro da gasolina passou a ser comercializado pela Petrobras por R$ 1,9426. Este é o menor valor desde o dia 29 de junho, quando o combustível era vendido a R$ 1,9262 nas refinarias. Com o corte, o preço da gasolina voltou a ficar abaixo dos R$ 2,0316 cobrados pelo litro do diesel, valor que está “congelado” desde o início de junho graças a um subsídio do governo, em virtude da greve dos caminhoneiros, ocorrida em maio.
No entanto, o mesmo ritmo de retração não tem sido observado junto às distribuidoras nem aos postos de combustíveis do Estado. Para se ter uma ideia, em período quase correspondente ao que foi praticado o menor valor pela Petrobras (29 de junho a 24 de julho), o preço da gasolina passou de R$ 4,283 para R$ 4,340 nas distribuidoras. Nos postos, o preço variou de R$ 4,813 para R$ 4,796 (de 24 de junho a 21 de julho).
Os dados fazem parte dos Levantamentos de Preços e de Margens de Comercialização de Combustíveis (LPMCC) realizados semanalmente pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) e traduzem a realidade da atual política de preços adota pela Petrobras.
Além da gasolina comum, a apuração abrange também os preços do etanol hidratado combustível (álcool etílico hidratado combustível – AEHC), óleo diesel não aditivado, óleo diesel S-10, gás natural veicular (GNV) e gás liquefeito de petróleo (GLP – botijão de 13 quilos). Ao todo são pesquisadas 459 localidades em todo o País.
Em Minas Gerais, somente na última semana, ou no período que compreendeu de 15 a 21 de julho, um total de 573 postos foram consultados sobre o preço da gasolina. O resultado foi um valor médio de R$ 4,796 o litro. Uma semana antes (8 a 14 de julho), o combustível era vendido por um preço R$ 0,012 mais alto. O litro saía a R$ 4,808.
Ainda durante esse mês, entre os dias 1º e 7, o valor praticado pelos postos no Estado estava em R$ 4,802 e, na última semana de junho, R$ 4,813.
Em relação aos preços praticados pelas distribuidoras, as oscilações não foram muito diferentes. Atualmente o litro da gasolina está sendo vendido em Minas por R$ 4,340, enquanto na semana anterior (8 a 14 de julho) saía por R$ 4,302. Já entre os dias 1º e 7 de julho, o valor chegou a R$ 4,282 e na última semana de junho, R$ 4,283.
Procurado pela reportagem, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro) informou que este é um movimento natural do mercado, e a entidade não tem nenhuma interferência na livre comercialização dos combustíveis.
Por meio de nota, o sindicato destacou que os cerca de 4 mil postos do Estado são apenas mais um elo na cadeia de comercialização de combustíveis. Disse ainda que a cadeia é extensa e composta por importantes players durante o processo, desde o refino até a disponibilização do produto ao consumidor final.
Além disso, ressaltou também que não existe tabelamento no setor. “Portanto, o mercado de combustíveis é livre. Cada empresário define seu preço de venda, que varia de acordo com inúmeros fatores, tais como estratégias comerciais, localização, concorrência, entre outros”, disse no documento.
Política de preços – Vale lembrar que em julho de 2017, a Petrobras passou a reajustar os preços dos combustíveis diariamente. A política levou a empresa a registrar lucro líquido de R$ 7 bilhões no primeiro trimestre de 2018, mas, desde então, o diesel subiu de R$ 3 para R$ 3,63, a gasolina saltou de R$ 3,66 para R$ 4,31, e o gás de cozinha de R$ 55 para R$ 67.
A alta escalada dos preços do diesel, principalmente, levou os caminhoneiros a pararem as estradas de todo o Brasil durante 11 dias no fim de maio. Na época, indústria, comércio, serviços e a sociedade em geral registraram prejuízos estrondosos. Como forma de conter o movimento e retomar o abastecimento do País, o governo adotou, entre outras medidas, o “congelamento” do preço do diesel nas refinarias por 60 dias.
Fonte: Diário do Comércio