07/01/2019 – Os preços do petróleo fecharam a sua quarta sessão consecutiva de ganhos nesta sexta-feira (4), com ambos os benchmarks do petróleo interrompendo uma sequência de três quedas semanais consecutivas e com o Brent encerrando a sua melhor semana em dois anos.
Os contratos do petróleo Brent, referência global da commodity, para março fecharam em alta de 1,98%, a US$ 57,06 por barril, acumulando ganhos de 9,31% na semana ‒ o melhor resultado semanal desde o período encerrado em 2 de dezembro de 2016. O WTI para fevereiro fechou em alta de 1,84%, a US$ 47,96 por barril na Bolsa de Mercadorias de Nova York, acumulando ganhos de 5,80% na semana, que foi a melhor desde junho do ano passado.
Os preços do petróleo receberam um impulso do bom humor dos mercados acionários, depois que o relatório de emprego (“payroll”) dos Estados Unidos, divulgado nesta sexta-feira, apontou uma criação de vagas e ganhos salariais acima do esperado. Os dados ajudam a acalmar os mercados, e podem indicar que a economia americana pode ter tido um final de 2018 melhor do que o esperado pelos analistas.
Pouco depois da divulgação dos dados, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, deu ainda mais um impulso aos mercados acionários ao dizer que a inflação mais baixa dará ao BC americano mais flexibilidade para estabelecer a sua política monetária em 2019, acalmando os investidores, que têm se mostrado receosos em relação ao ritmo de elevação dos juros do Fed.
Os dados do mercado de petróleo foram mistos, com o relatório do Departamento de Energia dos EUA (DoE) apontando estabilidade nos estoques americanos da commodity na semana e uma alta combinada de 16 milhões de barris nas reservas de gasolina e derivados, pressionando os preços. Os dados de sondas de petróleo da Baker-Hughes, por outro lado, indicaram uma queda significativa de oito unidades no número de sondas de petróleo em operação nos EUA.
Stephen Brennock, analista da corretora PVM Oil Associates Ltd, alertou que o crescimento do petróleo nos EUA representa um desafio significativo para a capacidade da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados para gerenciar o mercado e aumentar os preços. Enquanto o Opep reduz a produção, a “produção petrolífera dos EUA continua, despreocupadamente, estendendo sua trajetória de alta recorde”, acrescentou Brennock.
Fonte: Valor Econômico