O preço da gasolina ficará 4,9% mais baixo nas refinarias da Petrobras a partir desta terça-feira. 21. Com a redução, equivalente a R$ 0,14 por litro, o valor médio cobrado pela companhia para as distribuidoras será de R$ 2,71 por litro. E para os consumidores, qual será o impacto do corte na bomba dos postos de combustíveis.
Segundo cálculo da Warren Investimentos, a redução será de R$ 0,10 no preço do litro na bomba se a corte nas refinarias da Petrobras for integralmente repassado para o preço final. O preço médio da gasolina no Brasil está ao redor de R$ 6,20, atualmente, segundo dados da ANP.
Mercado reduz perspectivas para inflação até 2028, mostra Focus; veja as projeções
A Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis) projeta uma redução potencial entre R$ 0,09 e R$ 0,10, e destaca que em algumas regiões, onde o abastecimento das distribuidoras é feito por refinarias privadas ou com gasolina importada, nada muda.
“Como a gasolina vendida na bomba tem 30% de etanol anidro, em princípio esse anúncio da Petrobras vai representar uma diminuição da ordem de 70% dessa redução de R$ 0,14 nas refinarias. Essa é a possibilidade de redução, mas vai depender também de como se comporta o preço do etanol”, afirma Sergio Araújo, presidente executivo da Abicom.
Importante destacar, porém, que o repasse do corte do preço da gasolina ao consumidor não é imediato e depende de uma série de fatores, como estoque. cobrança de impostos, mistura de etanol anidro e margens de lucro da distribuição e da revenda.
Atualmente a Petrobras é responsável por uma fatia de 32,2% no preço do combustível que chega aos consumidores.
A composição do preço da gasolina:
- Parcela da Petrobras (32,2%)
- Imposto Estadual (23,4%)
- Distribuição e Revenda (16,9%)
- Custo Etanol Anidro (13,2%)
- Impostos Federais (11,2%)
O movimento da Petrobras também deverá elevar mais a competitividade da gasolina frente ao etanol hidratado, seu concorrente direto nos postos de combustíveis, pressionando ainda mais as margens das usinas, já que os preços do açúcar estão em patamar baixo.
Ajuda para a queda da inflação
É a segunda vez que a empresa diminui os preços da gasolina no ano, após outra redução de 5,6% no mês de junho. A empresa informa que reduziu seus preços em R$ 0,31/litro ou 10,3% no acumulado de 2025.
Com a expectativa de queda no preço da gasolina nos postos, a Warren Investimentos revisou sua projeção de inflação para 2025 de 4,5% para 4,4%, o que faria o país fechar o ano sem estourar a meta, que é de 3%, com intervalor de tolerância de de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
A redução anunciada pela Petrobras ocorre momento em que o seu combustível está mais caro do que o produto vendido no exterior, diante de um mercado de petróleo mais fraco.
Analistas de mercado consideraram o movimento da estatal como conservador, deixando ainda aberta uma janela de importação, uma vez que os preços da Petrobras permanecerão acima da paridade.
Procurada, a Petrobras não comentou o assunto. A empresa tinha, no passado, uma política para definir preços de combustíveis mais rígida em relação ao valor de paridade de importação, então chamado de PPI. Atualmente, considera outros fatores, como a competitividade do seu produto, favorecida pela sua estrutura logística.
Segundo cálculos da StoneX, o preço médio da gasolina estava 33 centavos acima da paridade de importação. Mesmo com o reajuste, a partir de terça-feira, estará 19 centavos acima do mercado internacional.
Thiago Vetter, consultor em gerenciamento de risco da consultoria StoneX, destacou uma pressão baixista para o preço do petróleo, com aumentos de oferta da Opep+ e acirramento do conflito comercial entre EUA e China, que gera incerteza em relação às perspectivas de crescimento econômico global e demanda pelo fóssil.
Fonte: Istoe Dinheiro