Os postos de combustíveis de Porto Alegre amanheceram, nesta segunda-feira, com preços da gasolina comum acima do cobrado nos últimos dias de 2022. Era possível encontrar valores como R$ 5,79 o litro, como ocorreu em um estabelecimento localizado entre as ruas Ramiro Barcelos e avenida Farrapos, no bairro Floresta. No entanto, houve locais em que o custo por litro era de R$ 5,99.
Dois motivos foram elencados como primordiais para o aumento: o repasse mais caro feito pelas companhias distribuidoras, de quase R$ 1 acima do comum e a dificuldade de adquirir o produto. Segundo a Sulpetro, sindicato que representa os revendedores dos postos de combustíveis do RS, havia, ainda, uma preocupação sobre indefinições do novo governo quanto à cobrança de PIS/Cofins, o que fazia as distribuidoras segurarem os estoques. “Era um cenário muito confuso e o mercado precisa de parâmetro. Primeiro se dizia que não haveria mais desoneração dos impostos, depois mudaram de ideia”, explicou o presidente da entidade, João Carlos Dal’Aqua.
Foi no meio da manhã deste dia 2, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, assinaram medida provisória (MP) que prorroga até 28 de fevereiro a desoneração de impostos federais sobre a gasolina e o álcool. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União, logo em seguida. Alguns postos voltaram a baixar os preços, mas outros mantiveram os valores cobrados até então.
“Na semana passada, havia muita restrição na entrega pelas distribuidoras. Quem tinha contratos anteriores até receberam o produto, mas muitos estabelecimentos bandeiras brancas – como chamamos os independentes – estavam com dificuldade de receber”, relatou Dal’Aqua. “É preciso lembrar que compramos à vista e recebemos a prazo”, complementa. Com a Medida Provisória em vigência, o presidente da Sulpetro acredita que os preços irão baixar. “Só não conseguimos prever quanto será esse ajuste”, opina.
Autuações em São Leopoldo
O começo de ano foi de trabalho para a equipe do Procon de São Leopoldo. Na fiscalização do primeiro dia útil do ano, o Procon comparou valores de 30 de dezembro de 2022 e desta segunda-feira, dia 2. Em um dos estabelecimentos visitados, a margem de lucro, que estava em 12,31% na primeira data, aumentou consideravelmente, sem justificativa, para 27,46%.
“Na fiscalização in loco, restou esclarecido pelo representante do estabelecimento que o último ingresso de gasolina se deu conforme a NF apresentada. Neste sentido, o local foi autuado por aumento de preço no litro da gasolina, sem apresentação de justificativa”, explica a diretora Neusa Azevedo. Outros postos serão notificados para, no prazo de 24h, apresentarem ao Procon justificativas, se ocorrerem, para o aumento da gasolina em seus estabelecimentos.
Fonte: Correio do Povo*
*Extraído de Fecombustíveis