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Motores flex correm risco de acabar a partir de 2025

29/11/2019 – A oitava fase do Programa de Controle de Emissões Veiculares para veículos leves, o Proconve L8, poderá tornar inviável o uso de motores flex nos carros brasileiros. O programa, que entra em vigor em 2025 e aperta o cerco aos gases poluentes até 2029, determina um corte quase que total de emissões de ozônio (O3) na atmosfera baixa. Justamente o maior “pecado” do etanol em relação a gasolina.

Na próxima lei, o Proconve L7, que chega em 2022, o limite de emissão para veículos de passageiros será de 80 mg/km de NOMOG+NOx. Com o Proconve L8, de 2025, já há uma queda imediata para 50 mg/km nos dois primeiros anos. Que deverá ser de 30 mg/km a partir de 2029.

Além da redução de emissões, o programa também prevê o uso de um etanol com grau de pureza maior. Retirando-se, possivelmente, os 4% de água que ele possui em sua composição hoje. Isso exigiria mais investimento do usineiros. Que já não andam tão animados com o etanol. E olham a produção de açúcar com mais carinho.

Isso também demandaria mais aporte das fabricantes de carros no desenvolvimento dos motores flex, que hoje não conseguem ter uma máxima eficiência do uso dos dois combustíveis. Como são componentes diferentes, a gasolina e o etanol, fica muito difícil fazer uma proporção estequiométrica ideal. Como todos são motores a gasolina de origem, é no combustível fóssil que eles trabalham melhor neste parâmetro.

Mas, como apenas o Brasil usa os motores flex em larga escala, e as montadoras estão todas cortando investimento, fica difícil sustentar uma aplicação para produzir um motor que rode melhor com etanol. “Os motores a etanol terão um desafio enorme para cumprir os novos limites do Proconve L8”, afirma Edson Orikassa, vice-presidente Associação de Engenharia Automotiva (AEA).

Legislação se justifica no ar

De acordo com a AEA, se os motores continuassem sem a evolução prevista nos novos Proconve, o volume de ozônio na atmosfera seria o dobro de hoje em 2036. Isso geraria graves problemas respiratórios e de pele na população.

Fonte: Jornal do Carro – Estadão

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