23/11/2020 – Em Minas Gerais, as vendas de combustíveis avançaram 8,3% em setembro, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, de acordo com dados publicados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). No Estado, foram comercializados 1,3 milhão de metros cúbicos no período. Em relação a agosto, houve um crescimento de 3,7%.
Apesar das altas, no acumulado do ano, as vendas ainda estão 5,6% menores frente aos nove primeiros meses de 2019, reflexo das medidas de isolamento social impostas para o controle da pandemia de Covid-19. De janeiro a setembro de 2020, já foram comercializados 10,5 milhões de metros cúbicos de combustíveis.
As altas verificadas na comparação com setembro de 2019 e com agosto indicam uma retomada em meio à flexibilização das medidas de isolamento. Mas o setor ainda está receoso frente à possibilidade de uma segunda onda da doença, o que pode causar uma nova suspensão de atividades econômicas.
De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro), Carlos Guimarães, após os primeiros meses de isolamento social, o que derrubou significativamente o consumo de combustíveis, a demanda vem crescendo mês a mês e a expectativa é de encerrar 2020 com volumes próximos aos comercializados em 2019.
“A recuperação do setor de combustíveis está ocorrendo em V. As vendas caíram muito em março, abril e maio. Mas, a partir de junho, a comercialização começou a recuperar. No fechamento de outubro, podemos dizer que o volume ficou praticamente igual ao registrado antes da pandemia”, explicou.
Ainda segundo Guimarães, a possibilidade de uma nova onda da pandemia de Covid-19 deixa o setor muito cauteloso.
“A possibilidade de uma nova onda nos preocupa, porque pode haver suspensão das atividades novamente. Com o fechamento de várias atividades nos primeiros meses da pandemia e as incertezas, o setor passou por momentos muito difíceis. Com queda no faturamento, que ficou em cerca de 50%, as empresas precisaram demitir. Agora, com o avanço da flexibilização, houve aumento da demanda e recontratações. Uma nova onda da doença poderia prejudicar novamente o setor”, disse.
Volumes negociados – De acordo com os números da ANP, a comercialização de diesel atingiu 657,6 mil metros cúbicos no mês, alta de 10,3% frente a setembro de 2019. O volume foi o maior registrado no ano. No acumulado dos primeiros nove meses de 2020, a comercialização de diesel ficou praticamente igual à registrada no mesmo período de 2019, com pequena retração de 0,3% e somando 5,16 milhões de metros cúbicos.
As vendas de gasolina comum atingiram 280,9 mil metros cúbicos em setembro, avanço de 7,6%, frente ao mesmo intervalo do exercício passado, e de 6,46% na comparação com agosto. O resultado de vendas foi o mais expressivo desde janeiro. De janeiro a setembro, foram vendidos 2,3 milhões de metros cúbicos do combustível, queda de 5% frente ao mesmo período do ano passado.
Em relação ao etanol, as vendas por distribuidoras totalizaram 245,8 mil metros cúbicos em setembro, queda de 9,59% na comparação com setembro anterior. Apesar da retração, o volume foi o segundo maior comercializado no ano, perdendo apenas para janeiro, quando foram vendidos 264,5 mil metros cúbicos. Já em relação a agosto, houve um avanço de 9,53%. No ano, já foram comercializados 1,9 milhão de metros cúbicos de etanol, volume 15,7% inferior ao registrado nos nove primeiros meses de 2019.
Fonte: Diário do Comércio