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Tecnologia há, biomassa também. “Lixo” do eucalipto ainda vai virar etanol e eletricidade

30/06/2021 – Tome-se o estudo reproduzido na Unicamp que demonstra que com 165 mil toneladas de resíduos de eucaliptos, pode-se produzir 34 milhões de litros anuais de etanol e co-gerar 100 GW (gigawatt) de eletricidade pelo mesmo período.

Extrapola-se para o Estado de São Paulo, que gera 8,6 milhões de toneladas de resíduos anuais.

Imagina-se, na sequência, as empresas de papel e celulose aproveitando a energia gerada por esses rejeitos (raízes, galhos, etc.) que não servem para a produção industrial. Ou quaisquer outras companhias que adquirissem essa biomassa para o mesmo fim.

Nenhuma o faz ou mesmo pensam em fazer – até onde se tem notícia – e basicamente o que sobra dos cortes das árvores acabam vendidos ou doados para a produção de carvão vegetal. Fazendo o favor, às papeleiras, de que o “lixo” seja tirado dos talhões.

Viabilidade não falta, no entanto. No trabalho do doutorando Guilherme Pessoa, e apresentado ao mercado e à comunidade pelo cientista Gonçalo Pereira no Canal Bioenergia da Unicamp -, fica claro que se não há gargalos técnicos, muito menos há problemas com oferta de biomassa.

Há eucalipto no Brasil inteiro praticamente, cujos resíduos, à razão de 7 toneladas por hectare, responderiam por 0,85% da oferta de energia se aproveitados. Depois de Minas, maior produtor, vem São Paulo, e o Mato Grosso do Sul em terceiro.

A Eldorado Brasil, ainda enrolada com disputas societárias entre a J&F Investimentos (dos irmão Batista, da JBS) e a Paper Excellence, já tem a sua termoelétrica a partir dessa biomassa no Mato Grosso do Sul. Mas não produz etanol.

“No nosso trabalho, prevemos a produção de etanol e a cogeração de energia elétrica a partir dos resíduos da lignina (estrutura celulósica) e do biogás gerados pelos efluentes”, diz o jovem pesquisador. Nas usinas de açúcar, a cogeração sai do bagaço da cana e eventualmente da palha também.

2G
Antes de mais nada, estamos falando de etanol de segunda geração, o 2G.

Dispensemos a complexidade técnica da explicação e fiquemos com o que interessa: não, não há nenhum segredo para usinas operarem com esse resíduo, explica Guilherme Pessoa.

Mesmo que não haja plantas operando com biocombustível da biomassa que sobra dos eucaliptos, as rotas químicas para “quebrar” a celulose já são dominadas.

A primeira planta da Raízen, de etanol 2G, produz 40 milhões de litros anuais, a partir da celulose encontrada no bagaço da cana. Uma segunda planta foi anunciada. A GranBio já tem a dela faz tempo também.

Daí, que no universo produtivo pesquisado no estudo do engenheiro químico, em 165 mil toneladas de resíduos, a potencialidade fica mais digerível.

Mais uma vez: quando se fala em produção de etanol e de energia elétrica, a escala da oferta da matéria-prima é fundamental para comportar margens estreitas de comercialização (como na crise de consumo atual), como é o caso da transformação que o Brasil conhece da cana-de-açúcar.

Dos 9 milhões de hectares de florestas plantadas, 70% são de eucaliptos.

Uma pequena parte disso pode gerar negócio, com a oferta de energia elétrica pressionada cada vez mais com o regime de chuvas impactando a geração tradicional, ou com a demanda por etanol (e monetizado pelo RenovaBio) com o futuro do carro elétrico a essa célula, além de várias gerações mais com os flex rodando.

O Estado de S.Paulo
Com alta, mercado já projeta inflação de até 6,7% no ano

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O mercado revisou projeções para a inflação no ano, que passaram a variar entre 6% e 6,71% – acima do teto da meta, de 5,25%.

O reajuste da bandeira tarifária vermelha 2, anunciado ontem pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), levou o mercado a revisar suas projeções para a inflação no ano. As estimativas passaram a variar entre 6% e 6,71% – muito acima do teto da meta, que é de 5,25%.

A XP já trabalhava com um avanço de cerca de 20% para a bandeira tarifária (a Aneel autorizou um aumento de 52%). A diferença deve produzir um impacto adicional de 0,13 ponto porcentual na projeção de julho do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que passou de 0,49% para 0,62%. A economista Tatiana Nogueira diz que existe ainda a possibilidade de impactos indiretos do reajuste da bandeira, já que o encarecimento da conta de luz pode ser repassado para os preços de produtos e serviços. Para o ano, a XP elevou sua projeção de 6,2% para 6,4%.

No Citi, a previsão subiu de 5,3% para 6,1%, puxada pelas tarifas de energia elétrica e também pela previsão de nova saltas de preços de matérias-primas e insumos. Já a LCA Consultores passou a trabalhar com um IPCA de 6,4% em 2021, ante 6,2% anteriormente. “Há pressão de bens industriais do atacado para o varejo que pode ficar mais pesada com a energia mais cara. Pode ter um efeito também nos preços de serviços, especialmente se a antecipação do calendário de vacinação aumentar a circulação das pessoas”, explica o economista da LCA Fábio Romão.

AJF Trust fez a estimativa mais alta até agora, ao elevar a projeção para o IPCA em 2021 de 6,32% para 6,71%. O economista-chefe da instituição, Eduardo Velho, avaliou a decisão da Aneel como positiva, na medida em que não adia o reajuste para 2022.

O banco ABC Brasil projeta impacto de 0,23 ponto porcentual no índice em julho, segundo calcula o economista Daniel Lima. Como já esperava uma alta da bandeira tarifária, ele manteve a projeção de uma variação de 6,40% para o IPCA no ano.

O reajuste autorizado pela Aneel vai ser usado para bancar os custos com a maior utilização das usinas termoelétricas, em função da baixa recorde dos reservatórios de água e do risco de um novo desabastecimento de energia no País. A taxa extra cobrada na conta passou de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 quilowatts-hora (kwh) consumidos.

Em maio, os preços da energia já haviam dado o tom no resultado do IPCA. Para uma inflação geral de 0,83% – o maior índice para o mês desde 1996 –, o grupo energia contribuiu sozinho com 0,23 ponto porcentual.

Fonte: Money Times*
*Extraído do site Fecombustíveis

 

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