CENTRAL DE VENDAS 0800 760 0305

Nada de elétricos: por que Brasil continuará sendo a terra dos carros flex

08/10/2020 – Em 2020, a Audi já lançou no mercado nacional dois carros elétricos e a Mercedes-Benz, um. O ano passado marcou a chegada do Nissan Leaf, do Renault Zoe e do Jaguar I-Pace. Além disso, a Volvo anunciou que, em breve, toda a sua linha será híbrida – e que irá lançar, em 2021, seu elétrico XC40 Recharge.

Com tantos lançamentos, será que o Brasil está sendo encaminhado para um futuro eletrificado a curto prazo? A resposta é: definitivamente não. O número de carros elétricos está sim aumentando, mas principalmente entre as marcas de luxo, com veículos na casa dos R$ 500 mil – portanto, inacessíveis à maioria da população.

Isso é reflexo do que vem ocorrendo na Europa. Em algumas décadas, muitos países vão começar a proibir a circulação de carros novos a combustão. Os elétricos são a aposta das montadoras para responder a esse nova ordem europeia, e elas estão colocando todos os seus esforços no desenvolvimento de modelos do segmento.

Há, inclusive, notícias circulando na Europa de que a Volkswagen planeja vender as marcas de superesportivos Bugatti e Lamborghini para gerar recursos que serão usados no desenvolvimento de carros elétricos. É natural, por isso, que as marcas de luxo europeias estejam bastante interessadas em emplacar esses modelos aqui.

Afinal, essas montadoras não têm desenvolvimento local, e seguem, no mercado brasileiro, as tendências de suas matrizes. Algumas até montam carros aqui, por enquanto, mas com tecnologia quase 100% importada da Europa. E, por lá, a prioridade cada vez mais é modelos eletrificados. Empresas como Audi, BMW, Porsche, Volvo e Volkswagen já estão inclusive desenvolvendo redes de recarga no País, para incentivar o consumo de veículos do segmento.

Mas há especialistas que já apostam que nem na Europa o elétrico é a melhor solução para a proibição ao carro a combustão. Por lá, a maior parte da energia é fornecida por termoelétricas, altamente poluentes. Há ainda o problema ambiental de descarte das baterias. Para alguns, o carro que usa hidrogênio para geração de energia seria a melhor solução.

Quanto aos híbridos, eles deverão ter mais versões nacionais, e até mesmo acessíveis. O Corolla Hybrid foi lançado com preço semelhante ao de seu equivalente a combustão. O Kicks terá sua versão que combina motor flexível a um elétrico. E dá para esperar mais novidades por aí.

Ainda assim, nas próximas décadas o cenário nacional deverá continuar dominado pelo veículo flexível, a etanol e gasolina. Ao menos, quando o assunto é carro produzido em larga escala.

Etanol é a aposta do Brasil

Para o carro elétrico se consolidar, dois fatores são importantes. O primeiro é a proibição do carro a combustão. No Brasil, não há indícios de que isso, como na Europa, irá ocorrer a curto prazo. Mesmo com uma mudança drástica de direção no governo, dificilmente haverá essa imposição.

O segundo fator é o incentivo. Em São Paulo, carros híbridos e elétricos estão livres de rodízio. O Brasil isenta os eletrificados de imposto de importação. Mas é preciso ir além, aplicando isenções de imposto que realmente gerem impacto no preço final.

Saiba como REDUZIR as DESPESAS na sua empresa com BI. Conheça agora!

Isso porque carros híbridos do tipo plug-in (recarregáveis na tomada) e, principalmente, os elétricos, são muitos caros ainda. Antes que ganhem escala, é o incentivo fiscal que os deixa com preços próximos aos que se paga hoje por modelos a combustão.

A principal razão para a falta de incentivo aos elétricos é o etanol. O combustível voltou a ganhar destaque no Brasil com a chegada do carro flexível, no início dos anos 2000. Hoje, é um dos pilares do agronegócio em algumas regiões do Brasil, gera empregos e movimenta a economia.

Proibir o carro a combustão é proibir o carro a etanol, e dificilmente um governo se colocará contra essa indústria. E, se não é tão limpo quanto o carro elétrico, que não gera poluição no escapamento (item que, aliás, não tem), o álcool polui menos que a gasolina.

Tem também seus percalços na produção: as queimadas de cana-de-açúcar, matéria-prima da produção do etanol no Brasil, geram poluição. Mas a tendência é que o combustível passe a ser feito também por meio de outros vegetais, como o milho.

🎯Quer saber como ter uma equipe mais engajada na pista? Clique aqui e descubra.

Além da questão ambiental, o etanol tem uma outra vantagem ante a gasolina. É uma fonte renovável. Não há risco de escassez a longo prazo.

É possível (e até bem provável) que o veículo eletrificado (híbrido e elétrico) se torne sim, a curto prazo, o carro-chefe nas linhas das marcas de luxo. Mas será apenas um nicho. Quando o assunto é produção em alta escala, esse tipo de automóvel ainda está muito distante da realidade.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Fonte: UOL Carros

Deixe um comentário