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Diesel se aproxima do preço anterior à greve

04/09/2018

O aumento médio de 13% no preço do diesel nas refinarias, anunciado na sexta-feira, já chegou às bombas. Segundo levantamento da empresa de pesquisa de mercado Triad Research, a alta média de R$ 0,26 já foi toda repassada ao consumidor final.

Segundo a Triad, o litro do diesel S10 (com menor teor de enxofre, 10 partes por milhão – ppm) era vendido nos postos a R$ 3,790 em média, no domingo. O valor representa alta de R$ 0,27 frente ao preço nas bombas na quinta-feira, véspera do reajuste. O litro do S500 (500 ppm de enxofre) era vendido no domingo em média a R$ 3,701, alta de R$ 0,25. A Triad consulta em média 7,6 mil postos por dia. O levantamento de ontem não ficou pronto até a conclusão desta edição.

Com o repasse, o preço na bomba se aproxima do praticado entre 14 e 20 de maio, a semana anterior à greve dos caminhoneiros. O valor atual é entre R$ 0,05 e R$ 0,06 mais baixo do que antes da paralisação.

O aumento na bomba é reflexo dos reajustes do preço de comercialização (valor máximo que os produtores e os importadores podem cobrar das distribuidoras pelo litro do diesel, se quiserem ser ressarcidos pelos subsídios). Esse preço estava congelado desde 1º de junho em R$ 2,0316, mas foi reajustado para, em média, R$ 2,2964 na sexta-feira, em resposta à alta do dólar.

Ao anunciar o programa de subvenção em 31 de maio, como parte do acordo para encerrar a greve dos caminhoneiros, o governo disse que manteria os preços nas refinarias congelados por dois meses e que, depois disso, reajustaria os valores mensalmente, até o fim do ano. Em agosto, o governo optou por manter o congelamento por mais 30 dias. Na sexta, a Petrobras promoveu o primeiro reajuste desde a greve.

O aumento acompanha a nova fórmula para fixação do preço de referência – que segue a cotação internacional e serve de base para calcular quanto o governo deve a cada empresa. É essa componente que diz quanto as empresas estariam recebendo pelo diesel em condições de mercado sem a subvenção.

Circularam durante o fim de semana mensagens sobre uma suposta nova paralisação dos caminhoneiros. A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) já se disse contra a greve. O gerente-executivo de logística da Petrobras, Claudio Mastella, disse que, independentemente da validade das informações, a estatal já tem um plano de contingência em curso, para mitigar os impactos de uma eventual nova greve.

Segundo ele, a estatal está repondo seus estoques. Para ele, as notícias até o momento “são só especulações; mas vamos reposicionar os estoques, isso já está sendo feito”, disse.

Para o professor do Grupo de Economia da Energia da Universidade Federal do Rio de Janeiro Edmar Almeida, o governo já não possui mais espaço para negociar o eventual aumento nos subsídios. “O momento é de decisão: ou avançamos na tentativa de um rompimento mais estrutural do mercado, abrindo o setor de refino para novos agentes, ou voltaremos ao controle de preços dos anos 1980 e 1990, desestruturando toda a cadeia de óleo e gás”, disse.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) deverá publicar até amanhã uma nova tabela de frete rodoviário para cargas. O assunto foi tratado ontem em reunião entre técnicos do Ministério dos Transportes e a própria agência. E a expectativa é que o reajuste nos valores dos fretes tabelados seja inferior a 13%.

O Ministério da Segurança Pública divulgou uma nota oficial para informar que o ministro Raul Jungmann solicitou que a Polícia Federal investigue mensagens que estão circulando sobre uma suposta nova paralisação de caminhoneiros.

Segundo o ministério, a Abcam e outras representantes da categoria afirmaram que as mensagens “se enquadram na categoria de Fake News”. “Seus autores e veiculadores podem responder por crime contra a economia popular e por publicidade enganosa”, diz o ministério. (Colaboraram Cristiano Zaia e Carla Araújo, de Brasília)

Fonte: Valor Econômico

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