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Pix tem grande potencial de expansão, mas comunicação ainda é desafio

09/12/2020 – Com menos de um mês em vigor, o Pix, novo sistema de pagamentos instantâneos capitaneado pelo Banco Central, tem surpreendido positivamente, mas conta com um potencial expressivo de crescimento. Com a parte tecnológica bem estabelecida, o maior desafio agora é o de comunicação.

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Em 21 dias de operação, foram registradas 53 milhões de transações no Pix, com um volume de R$ 46 bilhões. Por dia, a média de transações já alcança 5 milhões. Levando em conta que 41 milhões de pessoas físicas cadastraram chaves para operar o sistema, além de 2,7 milhões de empresas, há um espaço enorme de crescimento, disse o diretor-executivo de inovação, produtos e serviços bancários da Federação Brasileira dos Bancos, (Febraban), Leandro Vilain.

Para Vilain, que participou ontem da primeira de uma série de três lives sobre o Pix, organizada pelo Valor com o apoio do Sicredi, uma das grandes vantagens do Pix é o potencial que ele traz de reduzir a circulação do dinheiro em espécie, meio usado em 38% a 40% do consumo das famílias no Brasil. Segundo ele, em países com economias de tamanho e culturas similares, esse percentual gira em torno de 20%. Ele não acredita que o Brasil chegará a esse nível no curto prazo, mas diz que o Pix pode contribuir para reduzir em 20% a 25% as transações em espécie.

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O grande desafio para conquistar esses avanços é a comunicação. “Não é uma tarefa simples, ainda mais em um país com dimensões continentais”, disse Vilain. No caso de pessoas jurídicas, ele diz que o Pix precisa ser integrado aos sistemas de vendas, o que vem ocorrendo paulatinamente.

No Sicredi, segundo a superintendente de soluções de pagamentos do Sicredi, Gisele Rodrigues, nenhum outro produto financeiro se popularizou tão rápido e hoje mais de um terço dos usuários já utiliza o Pix. “O Pix, como uma substituição do meio físico, traz inclusão das pessoas. Qualquer necessidade de fluxo de caixa que tinha latência para resolver, não vai ter mais. A gente se torna uma sociedade que funciona 24 horas por dia. É uma mudança de comportamento muito grande”, disse.

Para ela, o Pix está ajudando o sistema cooperativo a endereçar muitos problemas que afligem os pequenos negócios. “O cooperativismo está muito conectado ao pequeno negócio e entregamos algo que eles mais precisavam, que é diminuir o risco com a circulação de dinheiro. Esse é um problema no campo e nos pequenos comércios.”

Redução de custos, ganhos de eficiência e inclusão financeira estão entre os principais objetivos do BC ao liderar a criação do Pix, destacou Carlos Brandt, chefe adjunto do departamento de competição e estrutura do mercado financeiro. Segundo ele, o mundo está passando por uma revolução digital em que é necessário ter um ecossistema que suporte essa migração dos pagamentos físicos para o eletrônico.

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Sobre o risco de fraudes, Brandt reforçou que o Pix é extremamente seguro, com uma plataforma robusta e marcadores de possíveis fraudes, além de operações rastreáveis, o que dificulta a aplicação de golpes. Segundo ele, o que tem acontecido – e são poucos casos – são os chamados golpes de engenharia social, em que os bandidos criam histórias para convencer as vítimas a passar informações sensíveis.

Brandt ressaltou que o BC tem trabalhado para evitar esse tipo de crime, com campanhas de orientação aos usuários e colaboração com outras autoridades, inclusive com a Polícia Civil de São Paulo, com quem o regulador deve se reunir nos próximos dias. “As pessoas precisam tomar cuidado de não passar informações sensíveis, ter certeza de que não estão caindo em golpe”, enfatizou.

Fonte: Valor Econômico

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