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Sindicato distribui gasolina para denunciar alta dos combustíveis

17/03/2021 – O preço dos combustíveis e do gás de cozinha não para de subir e pesa no bolso da população. Para denunciar a política de precificação adotada pelo governo, o Sindicato dos Petroleiros de SJC realizou a ação “Gasolina a preço justo”, que distribuiu mil litros do combustível a motoristas e entregadores de aplicativos, no dia último 2.

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Foram beneficiados 150 trabalhadores de aplicativos, que também receberam materiais de conscientização sobre os motivos das sucessivas elevações no preço dos combustíveis.

A causa da alta dos combustíveis é o chamado PPI (Preço de Paridade de Importação), que passou a ser aplicado pelo governo federal em 2016. Esta política soma a cotação internacional do petróleo, a cotação do dólar e custos de importação, como transporte e tarifas alfandegárias, na precificação de combustíveis produzidos a partir de petróleo nacional. Uma tremenda injustiça.

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Sem o PPI, o litro de gasolina na bomba, hoje, giraria em torno de R$3,60, segundo cálculos feitos pelo Ibeps (Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais), a pedido do Sindicato. O cálculo foi feito com base nos custos nacionais de produção da Petrobras, acrescido a lucro de 100% para a estatal, mais impostos, custos da adição de etanol e lucro das distribuidoras e revendedoras.

O diesel e o gás de cozinha também são afetados pelo PPI. Em 2014, por exemplo, o diesel custava R$ 2,51 para o consumidor. Após dois anos de PPI, já chegava a R$ 3,49. Segundo cálculos do Ibeps, sem o PPI poderia custar R$ 2,90 na bomba.

Com o gás de cozinha é a mesma coisa, antes do PPI o preço girava em torno de R$ 40, agora já está na casa dos R$ 100. Isso está levando cada vez mais famílias a voltarem a cozinhar usando lenha. Sem o PPI o gás poderia custar 60,70.

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Petróleo nacional a preço de importado

De todo combustível fóssil consumido no Brasil em 2020, 80% são fabricados a partir de petróleo nacional, enquanto 20% vem de petróleo extraído em outros países. Esta pequena parcela dos combustíveis é importada por empresas estrangeiras como a Shell e a Exxon, uma vez que a Petrobras não detém monopólio no mercado nacional. Na prática, são elas as principais beneficiadas pelo PPI.

Na contramão dos interesses da nação, a Petrobras também está colocando o pé no freio na produção de combustíveis, para abrir mais espaço para estas empresas. A estatal faz isso, por exemplo, ao usar apenas 70% de sua capacidade de refino, produzindo assim menos combustíveis do que poderia e abrindo espaço para importação.

Privatização da Petrobras

Estudos do Ibeps também apontam que o custo de produção na estatal está em queda. Os custos de extração no pré-sal são 65% menores do que em terra ou águas rasas.

Graças ao pré-sal, no ano de 2020, a Petrobras teve um custo de extração de petróleo R$17,94 menor do que a média dos últimos 16 anos. Só em 2009 a estatal teve um custo de extração inferior ao atual.

Segundo dados da própria Petrobras, em 2020, a estatal apresentou um custo de produção 15% abaixo da média histórica, acumulada desde 2005. Isso é resultado de uma série de fatores, e o principal é a diminuição do custo de extração no pré-sal.

Isso é parte de uma estratégia do governo Bolsonaro para vender a estatal. Apenas nos últimos anos, o governo vendeu a TAG e a ANTS (gasodutos) e a refinaria Landulpho Alves, na Bahia, esta por um preço bem abaixo do que estava avaliada. Um verdadeiro crime contra o patrimônio da nação.

Bolsonaro ainda colocou à venda oito das treze refinarias da Petrobras que estão espalhadas pelo Brasil. Com custos de produção cada vez menores e o PPI que torna os combustíveis mais caros, as refinarias se tornam mais atrativas para compradores estrangeiros. Assim, eles têm garantia de que o governo não vai interferir no preço dos combustíveis, por mais que o povo peça, e que seu lucro será certo. Quem paga a conta é a população.

Entendeu agora porque o PPI e a venda da Petrobras estão diretamente ligados? Não tem jeito, para ter combustível a um valor justo, é preciso defender a Petrobras 100% estatal, a serviço do povo!

Fonte: Sindipetro São José dos Campos*

*Extraído do portal G1

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