O governo de Luiz Inácio Lula da Silva ainda nem completou 90 dias, mas já percebeu que a inflação vai ser um problema pelos próximos meses.
Amanhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro. A média da projeção do mercado está apontando para uma alta de 0,78% no indicador, segundo o Broadcast. Se confirmado, a inflação ficará próxima da prévia para o período, que foi de 0,76%.
Neste caso, serão já dois meses consecutivos de alta. Em janeiro, o IPCA avançou 0,53%.
Por enquanto, a culpa da alta não é a retomada dos impostos federais sobre gasolina e etanol. A reoneração dos combustíveis passou a valer a partir do dia 1º de março; ou seja, o seu impacto na inflação será visto apenas no próximo IPCA-15 e IPCA cheio.
Segundo Felipe Sichel, economista-chefe do Banco Modal, a leitura ainda será marcada por educação, com alta estimada de 6,35%. O banco projeta alta de 0,79% da inflação em fevereiro.
“Como discutido em nosso relatório pré IPCA-15, apesar do fator sazonal, a variação no item aponta para aumento acima da média histórica do mês (4,88% 2016-2020). Por fim, note que sua contribuição de 36bps deve retomar a casa de um dígito já em março”, aponta em relatório.
Por outro lado, o grupo de alimentação e bebidas devem arrefecer de 0,53% para 0,21%. Já em linha, o grupo de transportes sugere alta de 0,13% apenas com deflação de passagens aéreas e óleo diesel.
Já Ana Paula Vescovi, diretora de macroeconomia no Santander Brasil, projeta uma alta do IPCA um pouco mais branda, de 0,67%, enquanto a inflação acumulada em 12 meses deve cair para 5,4%.
“Esperamos que os preços dos serviços apresentem variação de 1,3%, contando com grande contribuição do reajuste em educação (6,4% m/m), quase que integralmente contabilizado em fevereiro”, destaca em relatório, reforçando que os preços de serviços seguem elevados.
Fonte: Money Times*
*Extraído de Fecombustíveis